
Submissões Recentes
Geodiversidade da Ilha do Maranhão (MA) : levantamento geoquímico ambiental
(Serviço Geológico do Brasil, 2025) CAMPOS, Francisco Ferreira de
Cartografia de risco geológico: Tobias Barreto, SE
(Serviço Geológico do Brasil, 2025) CUNHA, Fernando Lúcio Borges; MACEDO, Lindaura de Lucena
Este trabalho apresenta os resultados do mapeamento de áreas de risco geológico executado no município de Tobias Barreto/SE, entre os dias 24 de setembro a 03 de outubro de 2025. Durante os levantamentos de campo foram identificadas 03 áreas de risco relacionadas a inundação. As conclusões apontam que as áreas de risco geológico cartografadas decorrem das características naturais do meio físico e da ocupação inadequada do território.
Terras raras no estado da Bahia: síntese dos principais prospectos
(Serviço Geológico do Brasil, 2025) TAKEHARA, Lucy; LAUX, Jorge Henrique
O contexto geológico do estado da Bahia reúne uma combinação única de unidades geológicas com potencial gerador de depósitos de terras raras (TR). Essa diversidade de contextos mineralizadores, que se estendem do Arqueano ao Cenozoico, é refletida no fato de o estado ser o atual polo emergente para exploração de TR. O Complexo Jequié, com história geológica desde a idade arqueana, com processos deformacionais mais recentes, apresenta ocorrências de monazita, chevkinita e outros minerais ricos em TR, associados a rochas máfico-ultramáficas, granitos leucocráticos e veios de quartzo. Essas unidades são conhecidas por apresentarem concentrações expressivas de TR, Th e Nb, e representam alguns dos mais antigos registros de mineralizações no estado. Já no Complexo Lagoa Real, mineralizações em albititos uraníferos revelam potencial adicional para terras raras, especialmente como subprodutos dos depósitos de urânio, reforçando a importância desse distrito para pesquisas voltadas à diversificação mineral. Nas faixas móveis neoproterozoicas, como a Faixa Araçuaí e nos terrenos associados à borda leste do Cráton do São Francisco, as ocorrências estão vinculadas a granitos alcalinos e pegmatitos, em ambientes favoráveis à formação de depósitos do tipo argila iônica. Além disso, coberturas lateríticas e regolíticas cenozoicas, registradas em diversas porções do estado, sobre unidades litológicas distintas, também se mostram propícias para a formação de mineralizações do tipo argila iônica. Esse modelo de depósito, considerado de baixo custo de lavra e estratégico para TR pesadas, desponta como altamente promissor em regiões tropicais e subtropicais, ampliando as perspectivas exploratórias no sudeste da Bahia. Esse cenário é reforçado pelos dados do SIGMINE/ANM, que indicam que a Bahia concentra aproximadamente 38% das áreas requeridas para TR em todo o Brasil. Do ponto de vista estratégico, a Bahia reúne não apenas diversidade geológica, mas também infraestrutura e atratividade para investimentos, configurando-se como referência nacional na prospecção e no desenvolvimento de projetos voltados às terras raras. A consolidação desse potencial depende da integração de esforços entre o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), universidades e o setor privado, em consonância com as diretrizes do Plano Nacional de Mineração 2030 e das políticas de transição energética e economia de baixo carbono.
Carta de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundação: município de Chapada dos Guimarães - MT
(Serviço Geológico do Brasil, 2025) PINHO, Deyna; FERNANDES, Rodrigo Luiz Gallo
Dissolução carbonática na elevação do Rio Grande como evidência da acidificação oceânica quaternária no Atlântico Sul
(UFES, 2025) LIMA, Marina Arbex de Castro; LISNIOWSKI, Maria Aline; ALBUQUERQUE, Ana Luisa Spadano; MARTINS, L. L.; ALMEIDA, Narelle Maia de
Sedimentos marinhos profundos superficiais mantêm registro de variações ambientais e climáticas durante épocas mais recentes, como o final do Quaternário, e contribuem para o entendimento das alterações ocorridas na química dos carbonatos ao se observar seu comportamento durante períodos de mudanças climáticas drásticas. Neste contexto, este trabalho investiga as variações da dissolução carbonática ocorridas ao longo da deposição no Oceano Atlântico Sul em uma região adjacente à Elevação do Rio Grande (ERG) a partir do uso de foraminíferos planctônicos. Foram analisados cortes de 1 cm de um testemunho de 11 cm de sedimentos coletados a partir de box-corer a 3.287 m de profundidade durante a expedição PROERG-AMB VIII realizada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM). Foi realizada a datação por radiocarbono, bem como análises sedimentológicas e mineralógicas. As assembleias de foraminíferos planctônicos foram identificadas e a partir delas foram calculados os índices de fragmentação das testas e de porosidade de G. ruber, assim como reconstrução da temperatura de superfície e de 100 m de profundidade na coluna d’água. Os resultados revelaram idades entre 15,155 e 4,66 ka AP, com predominância de argila na base com uma transição para silte muito fino desde 10,658 ka AP ao recente e picos de calcita em todo o testemunho, com presença de wollastonita, quartzo, halita e sílica na maioria das amostras. Houve um aumento gradual do teor de Ca desde 10,658 ka AP indicando dissolução de CaCO3 no final do Pleistoceno, além de uma diminuição de Fe, Ti, Si e K neste período, com uma maior presença de sedimentos de origem continental evidenciada pelo aumento das razões Fe/Ca e Ti/Ca. Entre 15,155 e 12,004 ka AP nota-se temperaturas até 2 ºC menores em relação aos intervalos mais recentes do testemunho e a transição das biozonas Y/Z caracterizada por uma diminuição da abundância de G. inflata e o reaparecimento do plexo menardii. A dissolução de CaCO3 foi evidenciada pela maior fragmentação, chegando a 25,23% em 14,115 ka AP e uma diminuição sutil da porosidade das testas na base do testemunho em relação ao topo, com um mínimo de 2,99% em 15,155 ka AP e um máximo de 4,32% em 5,906 ka AP e, junto à sedimentologia, indicou um processo de deposição menos intenso durante o final do Pleistoceno, no final de um período glacial. Isso se deu por uma desaceleração da Água de Fundo Antártica (AFA) ocasionada
por uma redução de sua formação durante o MIS 5, que teria contribuído para águas mais corrosivas acima da lisoclina, evidenciando uma dissolução supralisoclinal de foraminíferos que pode ocorrer em grandes profundidades em águas subsaturadas em CaCO3. Portanto, essas variações significativas na composição dos sedimentos e nas assembleias de foraminíferos planctônicos na região da ERG ao longo de 15 ka AP evidenciam águas com características mais ácidas ao final do Pleistoceno que contribuíram diretamente para a dissolução dos foraminíferos planctônicos.


