Análise da geometria do aquífero Urucuia e dinâmica de flutuações de níveis d’água subterrânea: relatório preliminar 2022

Abstract

O aquífero Urucuia vem sendo alvo de estudos pelo Serviço Geológico do Brasil desde 2006, sendo que ao longo desses dezesseis anos contribuiu com a disponibilização de relatórios e dados primários de interesse para os estudos hidrogeológicos na região Oeste da Bahia, destacando-se como uma das principais contribuições a rede de monitoramento de águas subterrâneas (RIMAS) que conta atualmente com 75 poços dedicados. Este relatório tem como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas no Projeto Bacia escola em Urucuia durante o ano de 2022 e introduzir alguns resultados considerados preliminares tendo em vista a expectativa de continuidade da pesquisa nos próximos anos e a escassez de recursos do momento atual. Os estudos foram norteados pela necessidade de dimensionar a geometria do aquífero, avaliar a dinâmica temporal e espacial da flutuação dos níveis d’água subterrânea e contribuir com a divulgação dos dados disponíveis e dos resultados alcançados diante a comunidade local. Foram realizadas atividades de levantamentos geofísicos, cadastro de poços tubulares, modelagem tridimensional da sub-bacia Urucuia e do aquífero Urucuia, além de análise das flutuações de nível d’água. A análise da dinâmica temporal dos níveis d’água dos poços monitorados possibilitou a separação de cinco comportamentos distintos entre o período observado (2011 a 2022), sendo considerados resultados preliminares: Grupo I (Declínios constantes com inversão brusca de comportamento); Grupo II (Declínios dos níveis d’água com tendência de Recuperação dos NA’s nos últimos anos); Grupo III (Declínios constantes dos níveis); Grupo IV (Rebaixamentos sazonais) e; Grupo V (Comportamento sem padrão definido). Os resultados preliminares apontam para a necessidade de investigações in loco, visando levantar parâmetros hidráulicos nas regiões dos poços de monitoramento, aumentando a escala de estudo em áreas específicas no intuito de explicar alguns comportamentos nos Nas, bem como para a necessidade de modelagem tridimensional e transiente dos fluxos de água subterrânea e o entendimento dos mecanismos de recarga do aquífero, que são primordiais para compreender o balanço hídrico e nortear decisões dos órgãos gestores dos recursos hídricos.