Cartografia de risco geológico: Cotiporã, RS

Abstract

Este trabalho apresenta os resultados do mapeamento de áreas de risco geológico executado no município de Cotiporã, RS, entre os dias 17 e 22/02/2025. Durante os levantamentos de campo foram identificados 36 setores, categorizados em 14 áreas de risco alto e 22 áreas de risco muito alto, associadas aos processos de enxurrada, inundação, erosão, queda, deslizamento, corrida de massa, subsidência e rastejo. Os processos apontados foram, em sua maioria, deflagrados nos eventos extremos de precipitação que ocorreram em abril/maio de 2024, no Estado do Rio Grande do Sul, sendo que algumas áreas afetadas ainda se encontravam em recuperação das fortes chuvas de setembro de 2023, que provocaram uma série de danos por processos hídricos extremos. Diante de tal cenário, foi essencial a percepção do risco destas comunidades e a atuação da Defesa Civil municipal para evitar a ocorrência de óbitos nas áreas atingidas. Considerando o evento extraordinário de elevados volumes de precipitação em curto intervalo de tempo e extensa abrangência espacial, o Serviço Geológico do Brasil passou a incluir vistorias em áreas residenciais rurais dos municípios atingidos pelos processos de movimentos de massa e processos hídricos como enchentes, inundações ou enxurradas. No caso do município de Cotiporã, esta medida mostrou-se de extrema relevância, considerando que a zona rural foi a mais atingida e que melhorias na infraestrutura de drenagem e o crescimento ordenado da área urbana são, no momento atual e na condição fisiográfica identificada, suficientes para minimizar a atuação de processos de alto e muito alto risco geológico na cidade. Diante do reconhecimento das áreas afetadas pelos processos geológicos extremos é importante ressaltar a necessidade do conhecimento das características naturais do meio físico e consequente planejamento e ordenamento na ocupação do território de forma adequada para a prevenção de desastres.