Avaliações geotécnicas em atrativos geoturísticos: Parque Nacional Chapada dos Guimarães, MT

Abstract

O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães - PNCG, localizado no estado de Mato Grosso, destaca-se pela sua relevância geoturística e geocientífica. Criado em 1989, é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. Geologicamente, o parque está inserido no domínio da Bacia Sedimentar do Paraná, compondo o Planalto de Guimarães. Três principais unidades litológicas são reconhecidas: rochas metassedimentares do Grupo Cuiabá, rochas sedimentares da Bacia do Paraná e depósitos aluvionares recentes. As formas de relevo predominantes incluem chapadas e platôs com superfícies aplainadas preservadas, delimitadas por escarpas e bordas de planalto. Esse contexto geológico e geomorfológico favorece a ocorrência de processos naturais perigosos, como quedas de blocos, deslizamentos e tombamentos de rochas. Além disso, observações de campo apontam para o potencial de eventos hidrológicos extremos. Embora os riscos geológicos e hidrológicos sejam inerentes às atividades turísticas realizadas em ambientes naturais e dificilmente possam ser completamente eliminados, seu reconhecimento permite o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à conservação e ao uso sustentável da área. Casos recentes de acidentes em outras unidades de conservação do país evidenciam a necessidade de estratégias preventivas. Diante desse cenário, torna-se relevante a realização de estudos geotécnicos aplicados à gestão do risco, com foco na definição de rotas seguras, sinalização adequada, protocolos de visitação e ações de monitoramento. Este trabalho contribui com informações técnicas voltadas ao apoio da gestão do parque, promovendo o equilíbrio entre o uso público, a segurança dos visitantes e a preservação do patrimônio geológico e ambiental da Chapada dos Guimarães.