Geologia e recursos minerais do estado de Rondônia: escala 1:500.000: nota explicativa

Abstract

O estado de Rondônia, localizado no sudoeste do Cráton Amazônico, contém registros de episódios de magmatismo, metamorfismo, sedimentação e deformação relacionados a três províncias geocronológicas: Rio Negro-Juruena (1800-1550 Ma), Rondoniano-San Ignácio (1500-1300 Ma) e Sunsás (1300-1000 Ma). A Província Rio Negro-Juruena compreende os terrenos Roosevelt-Juruena e Jamari, relacionados a arcos magmáticos paleoproterozoicos. O Terreno Roosevelt-Juruena é representado, no estado, por suítes plutônicas orogenéticas calcioalcalinas (1780-1763 Ma, Vitória e São Romão) e rochas vulcânicas e vulcano-sedimentares do Grupo Roosevelt (1740 Ma). O Terreno Jamari, na porção central de Rondônia, inclui ortognaisses, migmatitos, metatonalitos e anfibolitos do Complexo Jamari (1761-1743 Ma), metassedimentos de baixo grau da Formação Mutum-Paraná (1746 Ma) e rochas metassedimentares de alto grau, metamáficas e granitos tipo-S do Complexo Quatro Cachoeiras (<1674 Ma). Ao final deste ciclo ocorre o expressivo magmatismo tipo-A da Suíte Serra da Providência (1588-1515 Ma). A Província Rondoniano-San Ignácio é representada, no sudeste de Rondônia, pela Faixa Alto Guaporé, com rochas máficas e ultramáficas do Complexo Trincheira (1470-1350 Ma), metassedimentares do Complexo Colorado, metavulcanossedimentares do Complexo Alto Tanaru, intrusões máficas das suítes Igarapé Hermes (1466 Ma), Andreazza (1449 Ma), Serra Céu Azul, Serra do Colorado e Cidade do Colorado (1352 Ma) e félsicas das suítes Cerejeiras (1373 Ma), Igarapé Enganado (1351 Ma), Alto Escondido (1339 Ma) e Igarapé Jabuti (1299 Ma). No noroeste do estado, ocorrem rochas metassedimentares e ortoderivadas do Complexo Nova Mamoré, granitos tipo-S da Suíte Laje (1339 Ma) e as suítes graníticas tardi- a pós-tectônicas Santo Antônio, Teotônio, Alto Candeias (1356-1336 Ma) e São Lourenço-Caripunas (1298-1313 Ma). A Província Sunsás é representada, em Rondônia, pela Faixa Nova Brasilândia, composta pelas unidades Suíte Rio Branco do Oeste, Formação Santa Luzia do Oeste, Formação Migrantinópolis e Formação Terra Boa, tendo como embasamento os gnaisses migmatíticos orto- e paraderivados do Complexo São Felipe (metamorfismo em 1435 e 1328 Ma). O final do Mesoproterozoico e início do Neoproterozoico (Esteniano/Toniano) são marcados por uma importante fase extensional que culminou com a formação de uma bacia sedimentar intracratônica, composta pela Formação Palmeiral, de idades máximas de sedimentação entre 1,03-1,02 Ga. Manifestações magmáticas associadas a esta fase extensional são representadas pelas suítes Santa Clara (1087 Ma), Rio Pardo (1005 Ma), Costa Marques (990 Ma) e Rondônia (974-999 Ma). A Bacia dos Parecis registra sedimentação neoproterozoica glaciomarinha (Formação Pedra Redonda) e de plataforma rasa (Formação Fazenda da Casa Branca), bem como sedimentação mesozoica continental fluvial e eólica das formações Rio Ávila, Salto das Nuvens e Utiariti, além do magmatismo básico da Formação Anari. Intrusões kimberlíticas fanerozoicas são registradas em três campos kimberlíticos: Pimenta Bueno (237 a 244 Ma U-Pb em perovskita), Colorado (267 Ma U-Pb em perovskita) e Ariquemes. Coberturas sedimentares cenozoicas incluem depósitos aluvionares e coberturas detrito-lateríticas, principalmente relacionadas às bacias de grandes rios, como as formações Rio Madeira, Guaporé, Jaci-Paraná e Solimões. Os recursos minerais encontrados em Rondônia incluem estanho (± molibdênio ± tungstênio ± nióbio ± tântalita), ouro, cobre ± chumbo ± zinco, níquel ± cromo, manganês, ferro, gemas (diamante, topázio, ametista, turmalina, água-marinha, grafita), minerais industriais (areia, brita, argila, cascalho) e insumos para agricultura (calcário, fosfato).