Avaliação do potencial de fosfato no Brasil, fase III: centro-leste de Santa Catarina
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Resumo
A avaliação do Potencial de Fosfato no Brasil, Fase III: Centro-Leste do Estado de Santa Catarina consistiu na reinterpretação e integração de dados químicos e geofísicos extraídos do banco de dados do Serviço Geológico do Brasil – CPRM, coletados em diferentes períodos de tempo, de modo a reavaliar as áreas de interesse para potencial de fosfato. Embora muitos trabalhos prospectivos tenham sido realizados no estado (Projetos Baneo, Amostragem Leste de Santa Catarina, Fosfato Brasil: Parte I e II e, Joinville) em nenhum destes estudos objetivou-se a integração dos dados e o reagrupamento de acordo com o domínio geológico dos quais os sedimentos são provenientes. Esta abordagem é extremamente importante para um trabalho mais preciso na prospecção de áreas anômalas. Portanto, o objetivo principal deste estudo foi identificar áreas anômalas de elementos estratégicos, principalmente o P, para fomentar a pesquisa e exploração no estado de Santa Catarina. Assim, foi efetuado o tratamento estatístico de 3.013 amostras de sedimento de corrente oriundos de diversos levantamentos, que foram divididos e reagrupados de acordo com as afinidades geológicas e limitações analíticas.Todas as sub-bacias anômalas identificadas foram integradas com concentrados de minerais pesados e com anomalias aerogeofísicas, selecionadas por apresentarem assinatura semelhante às de rochas alcalino-carbonatíticas, principais rochas portadoras de fosfato magmatogênico e ETR. A área do projeto foi dividida em sete domínios: 1. Complexo Granulítico de Santa Catarina (CGSC); 2. Granitos Alcalinos Peralcalinos Anorogênicos (GAPA); 3. Bacia Vulcanossedimentar de Foreland (BVSF); 4. Complexo Metamórfico de Brusque e Granitoides Relacionados (CMBGR); 5. Batólito de Florianópolis (BF); 6. Sedimentação Gondwânica (SG); 7. Complexo Alcalino de Lages (CAL). Identificou-se no CGSC 5 anomalias de P com teores de até 3.340 ppm; 9 anomalias de Ag, com teores até 452 ppb; 14 de Au com até 459 ppb, 12 de Mb, de até 2,86 ppm e 9 anomalias de ETRL, com valores máximos para Ce de 841 ppm e La de 580 ppm. Na bacia de Campo Alegre, pertencente ao domínio das BVSF, selecionou-se um alvo a partir da integração de anomalia geofísica e de P, Ca e Al. Além destas, outras 16 anomalias de P foram encontradas com valores de até 3.750 ppm e 21 de Ca, com até 1,36%. Neste domínio, assim como no CGSC, foram encontradas anomalias de Au (3 anomalias) e Ag (11 anomalias) nas proximidades das intrusões graníticas, com teores de até 2.089 ppb e 1.081 ppb, respectivamente. Amostras de rochas coletadas nestas áreas apresentou altos teores de Cr (até 4.870 ppm) e alto fracionamento de ETRL em relação aos ETRP, podendo sugerir fonte alcalina. O GAPA exibiu uma discreta anomalia de P, Ca e Sr no granito Subida. A área de CMBGR se destacou pelas evidências de metais preciosos, como Au e Ag em concentrado de bateia. Neste domínio, apenas uma pequena anomalia de P foi encontrada, com teor de 865 ppm. Os ETR apresentaram 14 anomalias, com teores de mais de 1.000 ppm. O BF exibiu teores para P de até 4.836 ppm e Ca de 2,84%, nas proximidade do carbonatito de Anitápolis. Na parte norte do domínio, teores de mais de 900 ppm de P coincidem com altos teores de ETR e Ca, e não deve estar relacionada ao carbonatito supracitado. Os sedimentos de corrente relacionados à SG apresentou 12 anomalias para V, com teor de até 1.100 ppm. Na parte sudoeste do CAL três anomalias de P, Y e V foram identificadas. Nestas anomalias, o teor de P chega a 1.680 ppm. A utilização de métodos de prospecção como a geoquímica prospectiva de sedimento de corrente e a aerogeofísica nos permitiu identificar alvos anômalos para diversos elementos como: Au, Ag, Mb, ETR e principalmente P, elemento principal desta pesquisa. Deste modo, os resultados apresentados podem ser utilizados para delimitar áreas favoráveis para investigação em maior detalhe.
