Caracterização sísmica do Terraço do Rio Grande: contextos sedimentares e potencial de fosforita

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A margem continental sul-brasileira destaca-se como área promissora para a ocorrência de depósitos marinhos de fosforita, mineral rico em cálcio-fluorapatita e de grande relevância para a produção de fertilizantes agrícolas. A formação desses depósitos está associada a condições oceanográficas específicas, como ressurgência e alta produtividade biológica, além de processos sedimentares e diagenéticos que favorecem a concentração de minerais fosfatados no assoalho marinho. Apesar de sua importância econômica e científica, informações sobre a distribuição, espessura e qualidade desses depósitos ainda são limitadas, devido à complexidade dos processos envolvidos e à dificuldade de acesso. Este estudo tem como objetivo caracterizar geofisicamente o Terraço do Rio Grande, localizado entre as latitudes 28° 45' e 30° 40' S, na Bacia de Pelotas. A região corresponde a uma bacia de origem mesozóica, resultante da abertura do Atlântico Sul, cuja evolução tectono-sedimentar gerou feições morfológicas e contextos deposicionais variados no fundo marinho. Os dados analisados foram adquiridos na campanha de maio de 2023 pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) em colaboração com acadêmicos da FURG e da UFBA, a bordo do Navio Oceanográfico Atlântico Sul. Foram levantados 27 perfis sísmicos do tipo sparker, totalizando ~1.840 km, que foram utilizados como ferramenta para a caracterização do substrato e das camadas sub-superficiais, permitindo uma melhor compreensão da dinâmica sedimentar da região. O sistema Meridata, com fontes SIG 820 e SIG 1020, foi utilizado para aquisição sísmica e os dados, convertidos para SEG-Y, foram processados no software SonarWiz. Também foram integrados dados complementares de batimetria multifeixe e sonar de varredura lateral de campanhas anteriores. A análise sísmica revelou ambientes contrastantes, desde áreas calmas com sedimentação contínua até setores dinâmicos com escorregamentos e depósitos de transporte de massa. Foram identificados sistemas progradantes com clinoformas, drifts contorníticos e canais erosivos, evidenciando intensa remodelação do talude continental. Esses resultados evidenciam a complexidade dos processos sedimentares e hidrodinâmicos que controlam a deposição, o transporte e a preservação de fosforita na margem continental sul-brasileira, bem como a atuação de processos erosivos que podem expor unidades rochosas e remodelar o fundo marinho. A identificação de diferentes contextos sedimentares fornece subsídios para compreender a distribuição e o potencial dos depósitos marinhos de fosfato. Tais informações podem orientar futuras pesquisas, estratégias de explotação responsável e gestão integrada na região, contribuindo para ouso sustentável dos recursos minerais marinhos.

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ARAÚJO, Eline Conceição de; MACHADO, Arthur Antônio; ALVES, Roberto Aguiar. Caracterização sísmica do Terraço do Rio Grande: contextos sedimentares e potencial de fosforita. Vitória: UFES, 2025. Trabalho apresentado no VII Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha, 3 a 7 de novembro de 2025, Vitória – ES.

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