Geologia e recursos minerais da folha Senador Pompeu: SB.24-V-D-VI
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Resumo
A Folha Senador Pompeu (SB.24-V-D-VI) insere-se geotectonicamente na Província Borborema, parte Setentrional. Seu substrato é compreendido por rochas cristalinas pré-cambrianas. As rochas mais antigas na área são atribuídas ao Complexo Cruzeta (maioria das idades entre 2,7 – 2,8 Ga). O complexo é compreendido por rochas paraderivadas e ortoderivadas migmatizadas, sendo o predomínio da última enfeixada na unidade Mombaça, composta por granitoides de composições tonalítica (trondhjemítica) a granítica e metaluminosos. Intercaladas a essas ocorrem rochas metabásicas. O mapeamento da Folha Senador Pompeu permitiu delinear o Complexo Acopiara, unidade espacialmente expressiva na área, em domínios metatexíticos, diatexíticos e rochas poupadas da forte migmatização. Estas, por sua vez, representam uma sequência metassedimentar de xistos, quartzitos, paragnaisses, rochas calcissilicáticas, intercalados por rochas metamáficas. Estas rochas supracrustais foram submetidas a metamorfismo, geralmente, no fácies anfibolito alto. A análise geocronológica U/Pb, em zircões detríticos do quartzito Acopiara, revelaram idades neoproterozoicas para os zircões mais novos, sugerindo deposição a partir do Toniano. O Ortognaisse Cajazeira apresentou idade U/Pb, em zircão, de 2,1 Ga (Riaciano) para sua cristalização, revelando ser possivelmente o embasamento do Complexo Acopiara. Essa unidade é caracterizada por granitoides cálcio-alcalinos, metaluminosos, metamorfizados em fácies anfibolito alto, que atingiram condições migmatíticas. A migmatização regional, resultado a partir de encurtamento crustal que ocorreu nesta parte da Província Borborema, gerou a fusão parcial da sequência metassedimentar Acopiara, dando origem a diversos corpos de leucogranitos englobados, neste projeto, na unidade Granito Banabuiú, cuja idade de cristalização U/Pb, em zircão, de um deles (batólito Nenelândia) foi em torno de 0,62 Ga. Várias intrusões de granitoides metaluminosos, alguns peraluminosos, foram mapeadas como pertecentes ao Complexo Granítico Rio Quixeramobim (fácies Muxurê Novo e Muxurê Velho), Monzonito Quixadá e Piquet Carneiro. Essas intrusões seu deu a partir de 0,59 Ga em regime tectônico associado à transcorrência. Ocorrem cortando as rochas pré-cambrianas Diques Máficos Rio Ceará-Mirim, de direção NE-SW, de idade provavelmente juro-cretácea, atribuída à abertura do Atlântico Sul. As coberturas de idade cenozoicas estão presentes e representadas por depósitos aluvionares e eluviais. A região que abrange a folha mapeada foi no passado uma das maiores produtoras do estado do Ceará na extração de minerais de pegmatitos. Hoje a região ainda é promissora neste ramo da mineração, além de boas condições de extração de rochas industriais/ornamentais, areia para construção civil, de ocorrências de grafita e scheelita. Foram cadastrados no projeto 139 jazimentos minerais, dos quais 28 são inéditos, relacionados a depósitos, garimpos ativos/inativos, ocorrências e indícios, principalmente, referente às substâncias minerais dos pegmatitos (berilo, água-marinha, columbita-tantalita, lepdolita, clevelandita, ambligonita, turmalina, etc.) na região entre Milhã e Solonópole.
